Revolução Francesa Resumo: A História da Revolução Francesa


O juramento na Sala de Jogo de Paume, de Jean-Louis David, ilustra a união entre parte do Primeiro Estado e o Terceiro. https://www.todamateria.com.br/revolucao-francesa/

Revolução Francesa resumo, a História da Revolução Francesa. Neste artigo você vai conhecer qual o significado histórico da revolução francesa

Você Também vai ver um pouco mais sobre o processo revolucionário da França e descobrir que este é o nome dado ao ciclo revolucionário que aconteceu na França entre os anos de 1789 e 1799 que marcou a queda do absolutismo monárquico nesse país. 

A Revolução Francesa, além de ter sido conduzida pela burguesia, teve uma grande participação da classe popular e atingiu um alto grau de radicalismo, visto que a situação do povo francês era difícil em virtude da crise que o país enfrentava.

A Revolução Francesa pode ser vista como um marco na história da humanidade, porque deu início a um processo que levou à universalização dos direitos sociais e das liberdades individuais.

Todas essas conquistas só foram possíveis a partir da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 

Essa revolução também abriu caminho para a consolidação de um sistema republicano pautado pela representatividade popular, que nos dias de hoje chamamos de democracia representativa. 

A Revolução Francesa só foi possível graças à popularização dos ideais do Iluminismo.

Os Antecedentes: crise economica na frança no seculo 18

Em meio a uma grave crise fiscal, a população francesa estava cada vez mais insatisfeita com a incompetência do rei Luís XVI, com a indiferença deste para com o povo e a decadência da aristocracia do país. 

Esse ressentimento da população, aliado aos ideais do movimento iluminista, alimentaram sentimentos radicais e a revolução começou no ano de 1789.

A sociedade francesa estava fundamentada numa grande desigualdade. Ora, o Primeiro e o Segundo Estados possuíam privilégios que não se estendiam ao Terceiro Estado. 

O destaque pode ser visto nas isenções de impostos que essas classes possuíam e para o direito de alguns nobres de poderem cobrar impostos dos camponeses.

Já, O Terceiro Estado, era um grupo bastante heterogêneo,ou seja, formado por diferentes grupos, como a burguesia e os camponeses (os segundos correspondiam a 80% da população francesa). 

Os camponeses viviam na maior pobreza na medida em que a aristocracia vivia uma vida de grande luxo. 

Para a burguesia, os privilégios do primeiro e segundo Estado eram um entrave para o desenvolvimento de seus negócios. A desigualdade social é uma das primeiras causas da revolução.

Toda essa situação agravou-se com a crise social que existia na França. A crise econômica da França era motivada pelos altos gastos da corte (o governo francês gastava 20% a mais do que arrecadava). 

Esses gastos foram agravados pelo envolvimento do país em conflitos militares no exterior, como foi o caso da intervenção da |França nas Guerras de Independência das treze Colônias.

A ASSEMBLEIA DOS ESTADOS GERAIS

Em julho de 1788, ocorreu a convocação da Assembleia dos Estados Gerais, ou seja, uma reunião para discutir os assuntos relacionados à situação política e econômica da França. 

Nessa reunião, o conflito entre os interesses do Terceiro Estado e os do Primeiro e Segundo Estados, que apoiavam o rei, se tornaram dramáticos.

O rei luis XVI então estabeleceu a Assembleia dos Estados Gerais em 5 de maio de 1789. o objetivo do rei era o de decidir pelo voto os rumos do país. 

No entanto, os votos eram por ordem. Desta forma, sempre o resultado seria dois votos contra um, ou seja: Primeiro e Segundo Estados contra o Terceiro. Este Fato despertou a ira e  a indignação da burguesia.

Como os interesses do clero e da nobreza eram bastante similares, eles tendiam a votar juntos, invariavelmente vencendo em todas as votações. 

No dia da abertura das reuniões dos Estados Gerais de 1789, o terceiro estado pediu para que a contagem de votos fosse feita de forma diferente. Ou seja, que fosse feita por cada deputado individualmente. 

Após um mês de muito impasse sobre esta questão, a burguesia se retiraria para uma sala separada, se autoproclamando em 9 de julho como a Assembleia Nacional Constituinte. 

Incapaz de impedir a reunião independente do terceiro estado, o rei luis XVI ordenou que os outros dois estados se unissem a ele. Enquanto isso, contudo, ele convocou o seu Exército para sufocar o o movimento burguês.

A QUEDA DA BASTILHA


Quando a notícia da traição do rei Luís XVI se espalhou por Paris, grande parte da população se revoltou. Mas foi em 14 de julho que algo surpreendente iria acontecer. 

Ora, num ato de extrema movimentação popular, uma multidão rumou  até a Bastilha, antiga fortaleza onde o rei prendia os seus opositores, e tomou-a após algumas horas de combate. 

Embora estivesse praticamente desativada naquela ocasião, ela constituía um dos maiores símbolos do absolutismo francês, e sua queda costuma ser tratada pela história com o marco zero da Revolução Francesa. A explosão revolucionária alastrou-se  por toda França. Esta foi a época do grande medo.

A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO


Em 26 de agosto de 1789, a Assembléia constituinte, formada pelo Terceiro Estado, aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 

Este documento era composto por 17 artigos e tinha inspiração iluminista. Ora, este documento proclama o direito à liberdade, à igualdade perante a lei e à inviolabilidade da propriedade, assim como o direito humano de resistir à opressão sofrida por outrem.

No ano de 1791 ficou pronta a Constituição Francesa. Esta estabelecia o estado com uma Monarquia Constitucional, preservando um caráter burguês da Revolução.

O voto seria  censitário, ou seja, baseado na renda. Em novembro desse mesmo ano a Assembléia inicia o confisco dos bens da Igreja e da nobreza. Isso acaba causando grande pânico Primeiro e Segundo estado.

Já no mês de julho de 1791, Luís XVI tenta, fugir para a Áustria, no entanto seu plano fracassa. Ele é detido e afastado de suas funções públicas. O rei tornava-se assim, prisioneiro da Revolução e inimigo do Estado e do povo.

Em 1792, a Áustria, recebendo apoio da Prússia, declara guerra a França. Isso decorre do fato de se ter medo de que a Revolução se espalhasse até seu país.  Estes Estados absolutistas Invadem a França, mas são derrotados. 

Nos ares Internos, a crise começa a provocar divisões entre os próprios revolucionários franceses. É neste contexto que surgem duas correntes políticas. 

Estas logo passam a disputar o poder: os girondinos (representantes da alta burguesia, não desejavam a participação popular) e os jacobinos/sans-culottes (eram radicais e próximos do povo).

A CONVENÇÃO NACIONAL

A Assembleia Legislativa acabou sendo substituída, pelo do sufrágio universal masculino, pela Convenção Nacional. Esta aboliu a monarquia e implantou a Primeira República Francesa . Os jacobinos (montanheses) compunham a maioria deste novo parlamento.

O rei Luís XVI foi julgado e considerado culpado por traição. Ele acabou sendo condenado à morte pela guilhotina e foi executado no mês de janeiro de 1793. Alguns meses depois, a sua esposa, a rainha Maria Antonieta teria o mesmo destino do marido.

No interior do governo, as diferentes opiniões começavam a provocar divisão entre os próprios revolucionários. Existiam basicamente dois grupos:

Os girondinos - representantes da alta burguesia, defendiam posições moderadas e a monarquia constitucional.

Os jacobinos - representantes da média e da pequena burguesia, constituíam o partido bem mais radical. Eles estavam sob a liderança de Maximilien Robespierre, o incorruptível. Este grupo queria a instalação de uma república e um governo popular para a França.

O PERÍODO DO TERROR

Durante o período da Convenção Nacional existiu um ano de muita violência e medo. Neste período as pessoas suspeitas de serem contrarrevolucionárias eram condenadas à guilhotina. Era a época do "terror".

Mas como isso foi possível? Ora, Isto só foi possível devido a aprovação da Lei dos Suspeitos que autorizava a prisão e morte dos considerados antirrevolucionários. 

Nessa mesma época, as igrejas eram fechadas e os religiosos obrigados a deixar seus conventos. Aqueles que, por acaso se recusassem a jurar a Constituição Civil do Clero, eram sumariamente executados. Além da guilhotina, os suspeitos eram afogados no rio Loire.

A ditadura dos  jacobina introduziu algumas novidades na Constituição francesa:

  • O voto universal e não censitário;
  • O fim da escravidão na colônias;
  • O congelamento de preços dos produtos básicos como o trigo;
  • A instituição do Tribunal Revolucionário para julgar os inimigos da Revolução.
Neste ínterim, as execuções passaram a ser vistas como um espetáculo popular, pois aconteciam diversas vezes ao dia num ato público. 

Para os jacobinos essa era uma forma justa de acabar com os seus inimigos, no entanto, essa atitude causou medo na população que se voltou contra Robespierre e o passou a acusá-lo de tirania.

Nessa sequência, após ser detido, Robespierre foi executado e este fato ficou conhecido como “Golpe do 9 Termidor”, em 1794.

O DIRETÓRIO

Já nesta fase do Diretório  percebemos a ascensão dos girondinos que eram formados pela alta burguesia.

Como eles eram Inimigos dos jacobinos, o seu primeiro ato foi o de  revogar todas as medidas que eles haviam executado durante sua legislação. 

No entanto, a situação da França era muito delicada. Os girondinos atraíram a oposição da população ao revogar o congelamento de preços dos alimentos.

Vários países começaram a ameaçar invadir a França com o objetivo de conter os ideais revolucionários. Por fim, a própria nobreza e a família real no exílio buscavam organizar-se para restaurar o trono francês.

Desta forma, o Diretório acaba por recorrer ao Exército, tendo na figura do jovem general Napoleão Bonaparte uma referência para conter os inimigos.

Desta maneira, Bonaparte dá um golpe - o 18 Brumário - onde instaura o Consulado, um governo mais centralizado que traria paz ao país por alguns anos.

Comentários